11ª Edição

A 11ª edição Prémios Arco-íris 2013, uma iniciativa da Associação ILGA Portugal, celebra, uma vez mais, pessoas e instituições que se distinguiram ao longo do ano de 2013 na luta contra a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género.

Para a ILGA é fundamental realçar e divulgar exemplos positivos que marcam que a luta contra a discriminação é e deve ser de todas as pessoas - e instituições.

Venha conhecer as/os premiadas/os do ano de 2013 e celebrar os seus contributos no TEATRO DO BAIRRO, em Lisboa, a partir das 21h30.

21h30 | Entrega dos Prémios Arco-íris com apresentação de RICARDO ARAÚJO PEREIRA

22h15 | Lena d' Água interpreta António Variações

23h30 | DJ António Almada Guerra

02h00 | DJ Simplesmente Maria

Premiad@s 2013

CAMPANHA
"DISLIKE BULLYING HOMOFÓBICO"

Em 2013 fez-se história: pela primeira vez, o Estado português levou a cabo uma campanha pública contra a discriminação das pessoas LGBT. Cumpriu-se assim uma das medidas previstas no Plano Nacional para a Igualdade, que, também com contributos da ILGA Portugal, incluiu pela primeira vez uma área estratégica dedicada à orientação sexual e à identidade de género. A campanha executada pela Lintas é da responsabilidade da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, e foi apresentada publicamente pela Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade.
O anúncio de televisão alertou para o peso do insulto na discriminação das pessoas LGBT. Postais distribuídos pelo país divulgam o site que explica a vítimas, testemunhas, mas também a mães e pais e a docentes o que fazer para combater o bullying homofóbico e transfóbico. Num ano em que também disponibilizámos materiais para ajudar alunas/os e docentes a combater o bullying, celebramos com o nosso aplauso esta campanha pública que mostra de forma clara que todas as pessoas são precisas na luta contra a discriminação.

ESCOLA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

23% das pessoas LGBT foram alvo de crimes de ódio ou ameaças de violência nos últimos 5 anos em Portugal. Apenas uma em cada cinco pessoas alvo de violência denunciou a última ocorrência às polícias. Este dado do Inquérito LGBT Europeu mostra bem a importância de um trabalho com forças de segurança, para garantir a formação adequada para lidar com as especificidades da discriminação das pessoas LGBT e para existirem boas práticas na interação com pessoas LGBT. A Escola de Polícia Judiciária compreendeu esta necessidade em 2010, quando acolheu a primeira formação para diversas forças de segurança em Portugal - mas compreendeu também a necessidade de um trabalho continuado de formação nesta área para novos elementos desta força de segurança que desempenha um papel fundamental na luta contra crimes de ódio.
No ano em que lançámos o Observatório da Discriminação contra as Pessoas LGBT, afirmamos a necessidade de quebrar silêncios e denunciar a discriminação e a violência. E hoje dizemo-lo com mais ênfase porque esta colaboração sistemática com a EPJ nos permite dizer que hoje a Segurança também é nossa. Celebramos, por isso, o exemplo da Escola de Polícia Judiciária com o nosso aplauso.

LOURENÇO ÓDIN CUNHA
(Secret Story – Casa dos Segredos 4)

Lourenço Cunha, participante da quarta edição de Secret Story – Casa dos Segredos, afirmou-se enquanto homem transexual para todo o país. Com o seu exemplo, ajudou a quebrar uma história de invisibilização e de silêncio das pessoas transexuais - e sobretudo dos homens transexuais - em Portugal.
Durante semanas, Lourenço soube cativar fãs, dentro e fora do reality show – e quando o seu segredo foi revelado, respondeu a todas as questões, algumas bastante pessoais, de forma simples e direta. Assumiu e explicou o seu processo de transição. Distinguiu, de forma pedagógica, a orientação sexual da identidade de género. Demonstrou que as pessoas transexuais têm, naturalmente, uma vida familiar.
2013 foi o ano em que finalmente uma alteração no Código Penal veio reconhecer a identidade de género como uma categoria de discriminação para a lei portuguesa. Mas se continuam a existir preconceitos vincados contra as pessoas trans em Portugal, celebramos hoje o contributo de Lourenço Ódin Cunha que nos ensinou, afinal, que as pessoas transexuais sabem bem que são pessoas com exatamente o mesmo direito a todos os direitos. E isso já não é segredo.

MANUEL LUÍS GOUCHA

Manuel Luís Goucha é uma figura de referência da televisão portuguesa - mas é também uma das ainda poucas figuras públicas a assumir a sua homossexualidade em Portugal. Este ano, Manuel Luís Goucha conduziu vários programas em que deu visibilidade a questões relacionadas com os direitos das pessoas LGBT, da coadoção em casais do mesmo sexo até ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, passando pela lei da identidade de género, contrariando a ideia de que o horário televisivo da manhã não é dedicado ao debate sério. Mas este ano também, Manuel Luís Goucha veio a público recusar qualquer insulto que lhe possa ser dirigido, afirmando também que "só a verdade inspira e liberta". Sendo o insulto uma realidade tão transversal às experiências das pessoas LGBT, esta afirmação é uma mensagem de empoderamento para pessoas LGBT por todo o país. O orgulho lésbico, gay, bissexual e transgénero é isto mesmo: recusar o insulto e a vergonha, recusar a invisibilidade e o silêncio, afirmar uma identidade sem hesitações. Enquanto homem gay, Manuel Luís Goucha contribuiu assim para quebrar o isolamento de pessoas LGBT que continuam a precisar de modelos positivos e diversificados para encontrarem força para construirem e afirmarem as suas identidades. Reconhecemos hoje este contributo com o nosso aplauso.

PEDRO LOPES
Sol de Inverno/Dancin' Days (SIC)

A visibilidade de pessoas LGBT é também fundamental na ficção. Se pensarmos na percentagem de pessoas LGBT que existe na realidade, vemos que o número de personagens LGBT na ficção está a anos-luz do que seria uma representação adequada da realidade e da sua diversidade. No entanto, Pedro Lopes deu importantes passos nesse sentido ao longo do último ano. Enquanto autor das telenovelas "Dancin' Days" e "Sol de Inverno", Pedro Lopes garantiu a presença sistemática de personagens homossexuais no horário nobre da SIC.
A primeira teve a honra de contar, pela primeira vez, em prime time, com um beijo entre dois homens - e também com um casamento. A segunda mostra na ficção a experiência real de muitos casais de mães ou de pais em que só uma das pessoas é legalmente reconhecida face a filhas ou filhos.
Ou seja, esta é uma ficção que ajuda a ver e a perceber a realidade - e que ajuda a combater as ficções do preconceito. A consistência da preocupação de Pedro Lopes com uma representação inclusiva da realidade é evidente - e merece assim o nosso reconhecimento e o nosso aplauso.

SIM à COADOÇÃO
deputadas/os que votaram a favor do projeto de coadoção em casais do mesmo sexo, representadas/os pelas/os promotoras/es do projeto, Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves

No dia 17 de maio, gritámos, chorámos e aplaudimos. Uma maioria constituída por um conjunto de deputadas e deputados de vários partidos aprovou na generalidade a coadoção em casais do mesmo sexo. Embora tenham sido rejeitados projetos importantes que acabariam também com a discriminação no acesso à candidatura à adoção por casais do mesmo sexo, celebrámos esta vitória porque conhecemos a realidade de muitas crianças e famílias que precisam desta proteção - e que precisam dela com urgência. Várias famílias são testemunhas da atual violação dos seus direitos fundamentais na ação que a ILGA Portugal interpôs contra o Estado português no início de 2013. Várias famílias estão já aqui - e em todas estas famílias, a discriminação, ainda que dirigida a mães ou pais, incide diretamente sobre as crianças, quando são estas que temos a obrigação de proteger em primeiro lugar.

Após a aprovação na generalidade, um grupo de trabalho na Assembleia da República ouviu, na especialidade, personalidades e organizações, num debate público alargado que chegou também aos meios de comunicação social. O Instituto de Apoio à Criança vincou a necessidade de proteger as crianças destas famílias. O Bastonário da Ordem dos Psicólogos demonstrou o consenso científico nesta matéria, que recomenda afinal ao Parlamento o fim de todas as discriminações no âmbito da parentalidade. O próprio Comissário dos Direitos Humanos do Conselho da Europa escreveu à Assembleia marcando a importância desta lei para respeitar a Convenção Europeia de Direitos Humanos.

Reconhecer a urgência de proteger crianças e famílias concretas, garantir o fim da violência desta discriminação e garantir o cumprimento dos Direitos Humanos: eis os objetivos de um projeto promovido com paixão por Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves e apoiado com convicção exemplar por um conjunto de 99 deputadas e deputados que se uniram para demonstrar que o Parlamento tem que olhar para todas as famílias e para todas as crianças, sempre no plural. No dia 17 de maio, gritámos, chorámos e aplaudimos. Voltamos a fazê-lo hoje.

Troféus

CRIAÇÃO DE RODRIGO OLIVEIRA

Rodrigo Oliveira nasceu em 1978, Sintra, e vive e trabalha em Lisboa. Expõe individualmente desde 2003, de onde se destacam-se: Coisas de Valor e o Valor das Coisas (2011), Cosmocopa - Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; A primeira pedra (e todas as outras mais) (2011), Museu do Chiado, Lisboa; Ninguém podia dormir na rede porque a casa não tinha paredes (2010), Galeria Filomena Soares, Lisboa; e Utopia na casa de cada um (2009), Centro das Artes Visuais, Coimbra.

Participou em inúmeras exposições colectivas, destacando-se: Cor+Labor+Ação (2011), Casa arte contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; ResPública 1910 - 2010 face a face (2010), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; A Culpa Não É Minha (2010), Museu Berardo, Lisboa; Where are you From? Contemporary Portuguese Art (2008), Faulconer Gallery, Grinnel, Iowa, E.U.A.; Eurobuzz, Agorafolly - Europália European Festival (2007), Place de la Chapelle, Bruxelas; e There's no place like home (2006), Homestead Gallery, Londres.

Imprensa

> Comunicado de Janeiro (pdf)

> Comunicado de Dezembro (pdf)

> Imagem gráfica (.zip)

> Imagens premiad@s (.zip)